Principais golpes com Criptomoedas em 2022

As criptomoedas têm sido comumente associadas à riqueza. Por isso, muitas pessoas pensam que elas são um método fácil e novo de ganhar uma montanha de dinheiro em curto espaço de tempo, embora isso esteja muito longe da verdade. As criptomoedas não são um método de fazer grana, mas são o próprio dinheiro.

No entanto, golpistas em todo o mundo têm aproveitado esse erro comum para prometer lucros irrealistas a qualquer um que “invista” em suas plataformas, sistemas ou tokens de baixa qualidade. Foi assim, por exemplo, que conseguiram arrecadar, só em 2019, pelo menos US $ 4 bilhões entre ICOs (sigla em inglês para Oferta Inicial de Moedas) fraudulentas, bem como phishing, investimentos falsos e, acima de tudo, esquemas de pirâmide.

É claro que, ao longo dos anos, houve golpes de todos os tipos. Alguns foram mais bem-sucedidos do que os outros. Há golpistas, por exemplo, que conseguiram fazer fortunas. Alguns se tornaram bilionários. Abaixo, vamos relembrar  os principais golpes com criptomoedas da história – até 2022.

Milton Group

Um dia você pode encontrar no Facebook – ou em qualquer outra rede social – um anúncio clássico que promete misteriosamente multiplicar seu investimento em poucos dias. Você vai entrar em contato e perguntar como é possível ou solicitar mais informações. Como consequência, eles vão pedir seu número de telefone. Você então irá receber um monte de ligações deles, que tentarão te convencer a colocar dinheiro no investimento mágico de criptomoedas.

A empresa então entra em contato, diz que trabalha com trade e jura que quanto mais você investe, mais ganha. Talvez você até se atreva a experimentar a plataforma deles e invista um pouco de dinheiro. Além disso, você começa a acompanhar a tela de investimentos e vê que, de fato, seu dinheiro se multiplicou. Isso deixaria qualquer um entusiasmado, então você investe cada vez mais … até descobrir que não é possível sacar os supostos lucros. Nem nada do que você investiu.

Aqui no vídeo acima estão as experiências das vítimas do infame Milton Group, que também opera sob os nomes Cryptobase, CryptoMB e VetoroBanc. Nos bastidores, um grupo de teleoperadores multilíngues se reúne em um escritório na Ucrânia, Albânia, Geórgia ou Macedônia do Norte para seguir as diretrizes estabelecidas para fraudar o maior número possível de pessoas inocentes. Em troca de seu “trabalho”, eles recebem comissões suculentas.

Golpe com criptomoedas montado pelo Milton Group arrecadou $ 214,5 milhões

Estima-se que, somente em 2019 e a partir de um call center em Kiev (Ucrânia), o Milton Group tenha defraudado cerca de US $ 71,5 milhões. Considerando que a empresa tem três anos de operação e assumindo que tenha feito montantes semelhantes nos anos anteriores, o total sobe para US $ 214,5 milhões. Isso sem contar os números alcançados pelos demais call centers. Portanto, as perdas ainda não podem ser calculadas com exatidão.

A investigação policial do caso do Milton Group – que figura entre os principais golpes com criptomoedas da história – continua, assim como a busca pelos responsáveis.

Mining Max

Investir em máquinas para minerar criptomoedas parece tão tentador quanto complicado. Por isso, parece maravilhoso apenas colocar o dinheiro enquanto um especialista cuida da operação e da manutenção das máquinas e do software, para que no final você possa ganhar o máximo possível com a própria mineração.

Esse procedimento de investimento em mineradoras gerenciadas por empresas especializadas na área é conhecido como cloud mining. Existem várias plataformas dedicadas a isso, onde cada usuário pode escolher um plano a um custo diferente. Claro, há sempre o risco de que parte dos pretensos especialistas desapareça com o dinheiro ou fique com a maioria no próprio bolso.

golpes de criptomoedas

Foi o caso da Mining Max, uma companhia sediada nos Estados Unidos e com fazendas de mineração na Coreia do Sul. Em 2016, a empresa se apresentou como uma plataforma de mineração em nuvem para altcoins. Naquela época, prometia retornos mensais a todos os seus investidores, conforme o texto abaixo, retirado do site do negócio:

“Mining Max não vende moedas próprias e não lida com moedas que não são negociadas na Central de Câmbio. A Mining Max é uma empresa que produz moedas de certas blockchains de maior valor do mercado atualmente. Mining Max é uma empresa de mineração profissional que fornece serviços de gerenciamento de remessa para máquinas de mineração de propriedade de membros individuais. A grande fazenda de mineração da Mining Max maximiza a capacidade de margem de lucro de máquinas de mineração individuais com baixas cargas elétricas ”.

Gerentes da Mining Max tiraram US $ 250 milhões de 18 mil pessoas

Posteriormente, eles se especializaram na mineração de Ethereum. Ou assim se pensava, já que em dezembro de 2017 as autoridades coreanas descobriram a fraude e a expuseram. Os gerentes da Mining Max levantaram cerca de US $ 250 milhões de cerca de 18 mil investidores. São pessoas de 54 países, incluindo os Estados Unidos, Japão, China e a própria Coreia do Sul.

Estima-se que apenas US $ 80 milhões foram investidos em máquinas de mineração, enquanto US $ 110 milhões acabaram em contas bancárias offshore. O resto foi usado para pagar os investidores mais velhos. Esses últimos, por sua vez, recebiam dinheiro de níveis mais baixos de usuários. Era um clássica pirâmide financeira.

Plus Token

Pode-se dizer que essa plataforma infame foi o maior e um dos principais golpes com criptomoedas de 2019. De origem asiática, com forte presença na China, Coreia do Sul e Japão, é muito semelhante à Modern Tech, do Vietnã. A principal oferta deles era o token PLUS. Esse suposto ativo digital seria capaz de retornar aos investidores entre 9% e 20% ao mês.

golpes de criptomoedas

Talvez uma das principais razões do sucesso da PlusToken foi que esse golpe, em vez de divulgar seu produto fraudulento na mídia, preferiu promover reuniões e eventos. Nesses encontros, os golpistas tinham a possbilidade de conversar cara a cara com potenciais investidores. Dessa forma, eles foram capazes de convencer pessoas e grupos. Além disso, eles também ofereceram o suposto “investimento” por meio de chats, bem como por meio de publicidade física em locais públicos, a exemplo de supermercados.

Os integrantes do esquema explicavam que os supostos lucros eram decorrentes das negociações com criptomoedas, bem como da mineração. Na realidade, o PlusToken sempre foi um esquema de pirâmide financeira com criptos, sem nenhum produto. O dinheiro dos novos membros caia diretamente nas contas dos investidores mais antigos ou dos gerentes.

golpes de criptomoedas

PlusToken foi responsável por queda de preços de criptomoedas, segundo empresa

No final de junho de 2019, os usuários começaram a ter problemas para sacar seus fundos. Logo depois, os administradores culparam os supostos mineradores. Por fim, eles não se preocuparam em dar mais desculpas e desapareceram com cerca de US $ 3 bilhões de mais de 3 milhões de vítimas. Muito do que foi fraudado em criptomoedas ainda assombra a rede: Bitcoin, Ethereum, EOS e OmiseGo. E a transação final de partes dessas criptos trouxe a nota “Desculpe, temos que correr”.

A empresa de rastreamento de blockchain, Chainalysis, até forneceu evidências que apontam para esses golpistas e seu grande volume de negociação OTC (sigla em inglês para mesa de operações) em bolsas -como a Huobi – como os culpados pela queda de preço das criptos no ano passado. Pelo menos seis membros da equipe do golpe foram presos.

OneCoin

Essa é talvez a rainha entre os principais golpes com criptomoedas até o momento. É um esquema de pirâmide financeira de bitcoins global. Um golpe de longa data que teve uma forte presença no mundo hispânico. Como eles mesmos explicam, o OneCoin é uma criptomoeda com uma blockchain privada e uma plataforma para aprender sobre o universo cripto. As empresas OneLife, OneAcademy e OneWorldFoundation fazem parte do mesmo esquema.

Por um períod, vários “pacotes educacionais” que variavam de US $ 110 a US $ 55,5 mil eram oferecidos por meio da OneLife e OneAcademy. A OneWorldFoundation é uma instituição de caridade infantil que aceita doações por meio de OneCoins, PayPal, transferência bancária e cartões de crédito e débito.

Em anos anteriores, esses supostos pacotes educacionais – com material plagiado de várias fontes – incluíam tokens que poderiam ser usados para “minerar” onecoins. A mineração, no entanto, nem mesmo funciona dessa forma. Além disso, os usuários eram recompensados com esses tokens por divulgarem a plataforma.

Esses “onecoins” nunca foram listados em nenhuma exchange. Além disso, a única maneira de transformá-los em moeda fiduciária era na própria exchange da OneCoin, destinada apenas para membros. Claro, isso foi até 2017, quando a exchange fechou sem avisar.

Responsável pela Onecoins ainda está foragido, junto com os $ 19,4 bi dos investidores

No mesmo ano, Ruja Ignatova, o líder por trás do esquema, desapareceu sem deixar vestígios. Desde 2016, ele já vinha sendo alvo de reclamações em vários países. Por causa disso, seu irmão, Konstantin Ignatov, assumiu o negócio. Foi quando o lançamento de uma ICO da OneCoin foi prometido.

Felizmente, Ignatov foi preso em março de 2019, em Los Angeles. Infelizmente, Ignatova ainda está desaparecido. Junto com ele, também está grande parte dos cerca de US $ 4 bilhões levantados globalmente em muitos países. No entanto, outras fontes falam que o rombo pode ser de US $ 19,4 bilhões por causa desse esquema, que ocupa a 6ª posição entre os principais golpes com criptomoedas da nossa lista.

Os sites e redes sociais da OneLife ainda estão em operação. Portanto, devem ser evitados.

Unick Forex

Considerado um dos maiores golpes da história recente do Brasil, a Unick Forex apostou pesado em marketing multinível e prometeu ganhos irreais para os seus investidores. A empresa começou vendendo cursos sobre aplicações financeiras do tipo forex e criptomoedas, modalidades que não são reguladas no Brasil.

Ao comprar um pacote oferecido pela Unick, o investidor teria direito a um cashback (devolução de parte do dinheiro investido) com retorno médio de 33% sobre o valor pago, por um período de 6 meses, totalizando o dobro do valor investido.

Esses pacotes custavam entre 99 reais até 297 mil reais.

Além disso, a Unick criou um sistema de pontuação, que aumentava os ganhos de cada cliente. Um dos ganhos era a participação nos lucros das operações de day trading da empresa e no comissionamento sobre as vendas de produtos.

A Unick também oferecia planos de indicação, onde o investidor ganharia 10% sobre o plano escolhido pelas pessoas que ele indicasse.

Assim como em outros esquemas de pirâmide financeira, a Unick Forex começou a ter problema para pagar os lucros dos clientes. A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) chegou a emitir alguns alertas sobre a Unick, e até chegou a proibi-la de atuar no país.

Com sede em São Leopoldo (RS), a Unick operava em 14 países e movimentou cerca de R$ 9 bilhões. Além disso, a empresa conseguiu atrair para o seu negócio quase 1 milhão de pessoas e chegava a captar 40 milhões de reais em um dia.

No dia 17/10/2019 a Unick e seus sócios foram alvos da operação Lamanai da polícia federal, pondo fim as operações da empresa. Porém, mais de um ano depois, os clientes da Unick seguem sem saber quando irão receber seu dinheiro de volta.

ArbCrypto

Assim como a Unick Forex, a ArbCrypto foi outro golpe que lesou centenas de brasileiros. A empresa com sede em Belize começou suas operações no Brasil no início de 2019. Ela oferecia lucros de 2,5% ao dia por meio de arbitragem de moedas virtuais. Além destes ganhos diários, a ArbCrypto também prometia um bônus de 10% para os clientes que captassem novos investidores. Além de oferecer viagens, carros de luxo e bônus em bitcoins.

A empresa chegou a ter o jogador Cafu como o seu embaixador.

Assim como outros esquemas de pirâmide financeira, a ArbCrypto deixou de pagar os lucros para os seus investidores. A polícia acredita que cerca de 20 mil clientes foram lesados pela empresa. Além disso, a dívida da ArbCrypto é de 2.500 bitcoins (cerca de 193 milhões de reais pela cotação de hoje).

Faraó dos Bitcoins

O faraó dos Bitcoins, apelido de Glaidson Acácio dos Santos, foi preso em 2021 acusado de aplicar golpes com criptomoedas. Desde 2015, ano em que abriu a sua primeira empresa,o faraó dos Bitcoins conquistou a quantia de R$ 136 milhões em capital social.

As empresas do faraó dos Bitcoins prometia lucro de até 10% ao mês em investimentos com criptomoedas. Mas assim como outros golpes no esquema de pirâmide financeira, o dinheiro arrecadado não era usado para investir em Bitcoins, era usado para pagar os lucros de alguns investidores.

Suspeita-se que o faraó dos Bitcoins tenha movimentado cifras bilionárias através das suas empresas, principalmente no ano de 2020. Além disso, a estimativa é que as empresas do faraó do Bitcoin tenham lesado mais de 67 mil clientes.

Extra: BitConnect

Pode-se dizer que o caso do BitConnect (BCC) é um pouco diferente dos outros principais golpes com criptomoedas desta matéria. Isso porque o esquema se tratava, na verdade, de uma criptomoeda descentralizada. Criptos descentralizadas dependem principalmente da confiança. O BCC, nesse sentido, conseguiu subir muito na lista de criptomoedas por capitalização de mercado. Isso desde seu lançamento em 2016.

Sua principal oferta era uma plataforma de empréstimos no BCC. Nela, 40% dos lucros podiam ser obtidos com fundos emprestados. Além disso, até 1% por dia poderia ser ganho apenas com as participações. Também existia outra porcentagem para cada referência incluída no sistema.

BitConnect virou até meme

Esse esquema de pirâmide escondido atrás de uma moeda digital conseguiu alcançar um sucesso esmagador. Isso porque na época em que foi criado o mercado de criptomoedas era cheio de investidores inexperientes e entusiasmados.

O preço por token atingiu o pico de $ 476, enquanto sua capitalização ultrapassou $ 2,1 bilhões em janeiro de 2018. Mas isso seria apenas o começo do fim.

Naquele mês, o Texas State Securities Board (órgão semelhante à Comissão de Valores Mobiliários) emitiu uma ordem de fechamento do BitConnect. O órgão alegou que era apenas um esquema de pirâmide que estava enganando seus investidores. Poucos dias depois, em 17 de janeiro de 2018, a equipe do BitConnect (que permaneceu anônima) decidiu simplesmente fechar sua plataforma de empréstimos. O preço do token, por causa disso, despencou.

Era um cenário de “cada um por si”. Todos os usuários que tinham a criptomoeda começaram a vendê-la em massa para evitar mais perdas. Por isso, é difícil saber quanto foi realmente perdido devido a esse esquema de pirâmide financeira com criptomoedas. Foi só em 10 de setembro de 2018 que a última exchange que listou o BBC (a Trade Satoshi) o removeu de sua plataforma.

Até hoje, tudo o que resta desse golpe com criptomoedas é o meme da Internet iniciado por Carlos Matos, um dos seus promotores mais populares: Hey, hey, hey, Bitconneeect!

Isso e, infelizmente, uma ação coletiva fracassada contra os administradores da plataforma.

Sinais de aviso

Sempre podemos lutar contra fraudes, visto que são apenas decepções para os menos informados. Portanto, é necessário educar-se tanto quanto possível sobre o universo cripto. Além disso, é importante levar em consideração os sinais de alerta geralmente presentes em todos esses esquemas.

Em primeiro lugar, todos eles pedem “investimento” e nunca costumam alertar para os riscos de perda. Todos os investimentos têm algum grau de risco; nenhum está isento. Portanto, se alguém mencionar que seu investimento será 100% isento de riscos e com pagamentos garantidos, cuidado. É muito provável que a intenção seja cometer algum tipo de golpe.

Outro fator essencial a considerar é o funcionamento das plataformas desses principais golpes com criptomoedas. De onde você tira seu dinheiro? Você pode provar que pegou a grana dela? As retiradas também fazem parte disso. Se, ao tentar sacar, você receber mensagens como “falhas técnicas” por um longo tempo, pedidos de “impostos” ou qualquer outra desculpa, pode ter certeza que se trata de uma fraude.

Você também precisa olhar para a equipe que executa a plataforma. Os membros mostrados no site oficial são pessoas reais? E se forem, eles têm algum tipo de ficha criminal? Pesquisa e educação financeira são essenciais para evitar golpes. Nem tudo o que reluz é ouro.Quer minerar criptomoedas na nuvem? Abra uma conta na StormGain.

Exchanges, carteiras e projetos falsos

Entre os principais golpes com criptomoedas, boa parte deles apresenta um produto ou serviço com objetivo de enganar as pessoas e conseguir o dinheiro delas. Nos últimos anos não faltaram exchanges fraudulentas, wallets falsas e novas criptos sem valor. Às vezes, esses esquemas tentam parecer uma empresa conhecida e legítima. Outras vezes, no entanto, eles simplesmente tentam parecer profissionais o suficiente para ganhar a confiança de novos investidores. Em todos os casos, assim que você investe seu dinheiro, você não o receberá de volta. A melhor maneira de se proteger desses golpes é ir devagar e fazer sua lição de casa. Siga apenas fontes conhecidas e confiáveis e ouça o que a comunidade está dizendo sobre esses serviços. Se algo não parecer certo, não confie.

golpes de criptomoedas

Outra fraude comum nesse sentido são os “brindes gratuitos” oferecidos no Twitter. Muitos golpistas fingem ser conhecidos, como um grande desenvolvedor ou uma exchange, e prometem pagamentos para quem se “registra”. Normalmente, isso significa enviar algumas moedas para um endereço ou fornecer informações pessoais. Em todo caso, isso é sempre uma farsa. Ninguém nunca dá dinheiro de graça e – não importa o que digam – isso nunca será diferente.

Esquemas de pirâmide

Um esquema de pirâmide financeira é qualquer tipo de golpe que requer um fluxo constante de novos “investidores” para continuar. Geralmente, esses golpes pedem um investimento inicial do usuário e prometem retornos notáveis, provavelmente muito rapidamente. A realidade é que os primeiros investidores obtêm seus retornos trazendo novos investidores. No entanto, mais cedo ou mais tarde novos investidores deixarão de entrar. Como o dinheiro está sendo canalizado para cima, o criador original do golpe acabará com a maior parte do dinheiro. Depois disso, quando ficar claro que o negócio está ruindo, provavelmente ele desaparecerá. Em contrapartida, as pessoas da base da pirâmide ficam no fundo do poço, com perdas notáveis.

Golpes tradicionais

Frequentemente, os golpes usados hoje não diferem muito daqueles que prejudicaram os consumidores há anos. Eles vêm na forma de ligações, e-mails ou mensagens de texto. Nas comunicações, eles oferecem alguma recompensa pela participação em um concurso ou, alternativamente, ameaçam com uma ação judicial contra o consumidor. Às vezes há até mesmo chantagem. Em todo caso, as alegações são mentiras que tentam atrair ou assustar cidadãos despreparados.

Conforme já abordado, tudo o que parece bom demais para ser verdade quase sempre é fake. Certamente, são apenas táticas que jogam com o medo. Eles podem fingir que são da Receita Federal ou outro órgão regulador. Eles podem ameaçar o usuário alegando suposta posse de imagens privadas gravadas da webcam do indivíduo e exigir alguns bitcoins para que não divulguem as imagens nas redes sociais. Embora, obviamente, cada cenário possa ser diferente, ele quase sempre é baseado em mentiras. As agências oficiais não entrarão em contato com você dessa forma. O fato é que é muito mais fácil mentir sobre ter informações confidenciais do que realmente obtê-las.

Uma ramificação desse tipo de golpe que acontece principalmente por meio de texto e e-mail e é chamada de phishing. Novamente, a mensagem tentará parecer algo oficial e importante e solicitará que o usuário siga um link para obter mais informações. Normalmente, apenas clicar nesse link é o suficiente para iniciar a instalação de softwares nefastos em seu dispositivo. Isso nos leva à nossa próxima categoria principal, malware.

Malware

Malware é geralmente qualquer tipo de software desenvolvido para roubar dinheiro ou informações do seu dispositivo. Isso pode ser feito de várias maneiras. Uma, por exemplo, é simplesmente instalar um keylogger. Keyloggers são softwares que gravam tudo o que você digita e transmite de volta ao invasor, revelando inevitavelmente nomes de usuário e senhas. Outro tipo verifica a área de transferência do sistema em busca de endereços de criptomoedas. Consequentemente, se algum for encontrado é substituido por um endereço controlado pelo invasor. Por isso, é sempre válido verificar os endereços duas ou três vezes antes de realizar transações, mesmo que você tenha usado copiar e colar.

Uma outra versão infame de malware é conhecida como “ransomware”. Esse tipo de vírus criptografa o dispositivo inteiro do usuário e se recusa a desbloqueá-lo. A liberação só é feita se a pessoa envia certa quantidade de criptomoedas para um endereço específico. Geralmente esse pagamento deve ser feito dentro de um limite de tempo. Esse tipo de malware tem sido usado repetidamente para atingir empresas e governos. Muitas vezes, elas acabam pagando o resgate, pois geralmente é mais barato do que perder toda a rede de computadores, por exemplo.

A principal forma de evitar esse tipo de ataque é nunca clicar em algo em que você não confia 100%. Certamente também não faz mal separar sistemas sensíveis. Você não precisa, por exemplo, guardar suas criptomoedas no mesmo celular que usa para navegar na internet ou usar redes sociais.

Pump and Dump

Outra forma comum de fraude vem de grupos pequenos e organizados, que procuram gerar um “buzz” em torno de alguma moeda específica, geralmente pequena. Inicialmente, eles comprarão algumas para si mesmos. Logo depois farão uma campanha coordenada nas redes sociais para atrair atenção para o projeto e conseguir dinheiro. Isso causará um salto no preço. Além disso, iniciará um ciclo de feedback FOMO (sigla em inglês que significa “medo de perder”). Por consequência, mais as pessoas começam a pensar que precisam aproveitar a oportunidade.

À medida que a criptomoeda bomba, o grupo que planejou todo o golpe começa a vender as criptomoedas compradas. Isso faz com que o “buzz” pare, seguido por um colapso. Enquanto isso, os investidores que entraram por último começam a surtar e a perceber que estão perdendo dinheiro. No final, poucos saem na frente, exceto os golpistas. 

Caí em um golpe, e agora? 

Você fez a sua pesquisa, ou investiu sem prestar atenção nos sinais de avisos, e caiu em um golpe. E agora? Existe algo que possa ser feito ou o dinheiro foi perdido para sempre? 

Sempre que grandes golpes vão parar na mídia, ficamos sabendo de centanas, quiçá milhares de casos de pessoas que perderam muito dinheiro e que agora amargam o prejuízo. Mas será que é possível recuperar o dinheiro perdido? A resposta é sim. Não é fácil, mas é possível. 

Segundo o advogado Ricardo Kassin, especialista em direito digital: 

“Após perceber que caiu em um golpe, o investidor deve separar todas as provas que possui, principalmente o comprovante de transferência bancária. Na sequência, deve procurar um advogado especialista para ingressar com o procedimento judicial, com pedido de arresto de bens, o mais rápido possível. É fundamental também, fazer um boletim de ocorrência, que pode ser feito de forma on-line ou presencial na cidade onde mora.”

Conclusão

Este artigo sobre os principais golpes com criptomoedas cobre as formas mais comuns de fraudes com Bitcoin e outras criptos. Dito isso, vale ressaltar que os criminosos são muito espertos e estão sempre procurando encontrar novas maneiras de enganar investidores desavisados. Por isso, o melhor conselho é sempre ir devagar e pesquisar, bem como sempre verificar, ouvir a comunidade e não investir com emoção. Se você seguir essas regras, é provável que consiga se manter longe de problemas sérios.

Fonte: Be In Crypto

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